terça-feira, 28 de junho de 2011

Santíssima Trindade




Constatando a insuficiência da humana inteligência diante dos maiores mistérios da nossa fé, resta-nos prestar um tributo de amor e gratidão ao Deus Uno e Trino, que nos oferece uma dádiva infinitamente acima de nossa natureza e merecimento.

Um dos maiores mistérios da nossa fé – A Santíssima Trindade

Conta uma piedosa tradição que estando o grande Santo Agostinho muito empenhado em procurar compreender a Santíssima Trindade, certo dia sonhou que presenciava na praia um menino esvaziando baldes e baldes de água do mar num buraco na areia. Intrigado aproximou-se dele:
- Que fazes aqui meu jovenzinho?
-tento colocar toda a água do mar neste buraco na areia.
-mas, não vês que isso é impossível -disse-lhe o Santo Agostinho
- Pois sabei, Agostinho, que é mais fácil transferir para aqui toda a água do mar do que vós compreenderdes o mistério da Santíssima Trindade.
A sábia resposta fez o doutor da graça dar conta da insuficiência da inteligência humana, ainda que tão brilhante como a dele, perante um dos mistérios centrais da nossa fé.
Nas aulas de catequese, aprendemos uma formula extraordinariamente simples e breve: “Um só Deus em três pessoas. “
Ela é nos muito familiar e podemos decorá-la com facilidade, mas jamais conseguiremos penetrar no seu significado sem a ajuda da fé. Por isso Santo Agostinho nos aconselha “Se almejamos compreender tanto quanto nos é possível a eternidade, a igualdade e unidade de um Deus trino, precisamos crer antes de entender”.
Desde toda a eternidade, conhecendo-se a si mesmo no espelho puríssimo da sua essência, o Pai gera o Filho – o Verbo, a Palavra viva e substancial, que é a Segunda pessoa. Vendo a essência divina do seu Verbo, o Pai O ama sem limites, e o Verbo, afirma o padre Royo Marim, retribui a Seu Pai um amor semelhante, igualmente eterno e infinito.
E ao encontrar-se a corrente impetuosa de amor que brota do Pai com a que brota do Filho, salta, por assim dizer, uma torrente de chamas, que é o Espírito Santo.
Esse insondável mistério da vida á semelhança de Deus, baseada no amor tornou-se conhecido apenas pela Revelação. Para a inteligência humana é impossível entende-lo, pois nada há na ordem da criação que possa dar ideia explicita dele. “ È impossível chegar ao conhecimento da Trindade das Pessoas Divinas pela razão natural “ afirma São Tomás. Logo a seguir esclarece ser nos possível conhecer de Deus, por mero raciocínio, o que pertence á unidade da essência, não á distinção das pessoas.
É muito difícil de exprimir o mistério da Santíssima Trindade e por esta razão mais maravilhoso se torna. Eusébio Emiseno pergunta: O que teria de precioso a Divindade incompreensível, se a sabedoria humana pudesse compreender Aquele Senhor que habita nas alturas, ao qual as nuvens servem de abajur e que é infinitamente superior a toda a ciência dos homens?
A incapacidade de nosso intelecto para desvendarmos os mistérios da fé não deve causar-nos estranheza, porque mesmo no plano material não conseguimos explicar muitos fenómenos naturais que os nossos sentidos captam.
Alguns mistérios, como o da Encarnação parecem estar mais ao nosso alcance, porque neles encontramos um Deus que se fez homem tornando-Se perceptível aos nossos sentidos.
Mas tanto o da Encarnação quanto o da Santíssima Trindade e os outros mistérios da nossa fé foram escondidos dos sábios, e revelados aos pequeninos (MT11,25) pela acção do Espírito Santo, que sonda tudo mesmo as profundezas de Deus (1Cor 2,10). São Paulo diz-nos ainda em (ROM 5,5) que o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. A grande e virtuosa Santa Maria Madalena de Pazzzi, disse em certa ocasião:”Vi um hóspede divino Visitante, esse hóspede, o mais nobre e digno de todos é o Espírito Santo que com a agilidade de sua bondade e de seu amor a nós, infunde-se rapidamente em todas as almas dispostas a recebe-lo. Quem poderia enunciar os maravilhosos efeitos que ele produz onde é recebido. Fala sem articular palavras e todos ouvem seu divino silêncio, está sempre imóvel e sempre em movimento, e sua imobilidade móvel comunica-se a todos.
Permanece sempre em repouso e no entanto age sempre e no seu repouso realiza as mais dignas e admiráveis obras. Sempre em movimento sem nunca mudar de lugar confirma e ao mesmo tempo destrói tudo o que penetra. Sua imensa e penetrante ciência tudo conhece, tudo ouve e tudo descobre. Sem necessidade de estar atento, ouve a menor palavra dita no mais íntimo do coração.
É o espírito Santo quem nos faz compreender muitas vezes as apalpadelas como é referenciado em (Act 17,27) como se andássemos às escuras, os ensinamentos revelados pela palavra da verdade. É pelo dom do Paráclito que aos poucos vamos constituindo uma noção menos imprecisa a respeito da Santíssima Trindade. Os senhores padres pedem na oração do dia: “Ó Deus nosso pai enviando ao mundo a palavra da verdade e o Espírito Santificador, revelaste o vosso inefável mistério, fazei que professando a verdadeira fé reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a unidade omnipotente.”
Todos os dias, muitas vezes sem darmos conta convivemos com este mistério, destaca-se a saudação inicial da Santa missa. “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.” Sempre que nos benzemos dizemos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E a maior parte das nossas orações também terminam glorificando a Santíssima Trindade e nós falamos mecanicamente na Santíssima Trindade sem pensar na grandeza desse mistério n. Por isso em todas as nossas orações, sobretudo ao recebermos a sagrada Comunhão devemos pedir a graça de sermos inteiramente dóceis às inspirações do Paráclito. Abramos lhe as nossas almas sem nenhuma restrição, desconfiança ou reserva, a fim de que Ele nos encha de luz, fogo e entusiamo, como o fez com os apóstolos no dia de Pentecostes.
Fazemos parte da família Divina
Pelo baptismo a graça nos faz participar daquilo que o Espírito recebeu de Cristo e Cristo recebeu do Pai e eleva-nos muito acima da nossa natureza humana para nos tornar filhos e herdeiros da Santíssima Trindade. Como mais preciosamente nos ensina São Paulo: “ todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos “ (ROM 8,14).
Mesmo sendo puras criaturas, há no céu um trono preparado para cada um de nós a esquecermos os problemas da vida terrena e a elevar o espírito até á bem-aventurança eterna. Todos nós somos chamados a participar na própria vida de Deus. Pertencemos, como membros adoptivos, a esta família chamada Santíssima Trindade. Este é o nosso maior tesouro.
Saibamos dar o devido valor a esta gratuita dádiva e procuremos compreender que em nosso relacionamento diário temos uma insuperável matriz de convívio: o eterno amor entre as três pessoas Divinas, pois ensina-nos a Santa Igreja, a família Cristã é “ comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Sejamos gratos á Divina Providência, rogando a graça de estarmos á altura de tudo quanto d”Ele recebemos e peçamos por meio do Filho dilectíssimo do Pai, Mãe admirável de Nosso Senhor Jesus Cristo e Esposa e Templo do Paráclito, que a Santíssima Trindade nos cumule de dons místicos no relacionamento com o pai que nos criou, com o Filho que nos redimiu e com o Espírito que nos santifica.

Fernanda Silva Grupo de oração” Renovar a Esperança “ 17-06-2011



segunda-feira, 6 de junho de 2011

Missionário católico Igreja que somos todos nós


A Igreja, comunidade de fé, deve ser aquela que proclama Jesus Cristo como Senhor e Salvador, convidando e exortando as pessoas ao arrependimento hoje, o tempo da graça. Este é o tempo de Partilhar Cristo Através da Evangelização. Todos, e não apenas o pastor, são chamados a Proclamar Cristo na Palavra e na Acção.
 A Igreja, comunidade de fé, a exemplo da Igreja Apostólica, deve ser corajosa em testemunhar, “obedecendo a Deus antes que os homens” (Actos 5:29). Testemunhar a justiça de Deus, o propósito de Deus e Sua misericórdia, ainda que isso traga sofrimento, é essa a missão da Igreja. É urgente então redescobrir a dimensão profética do testemunho, denunciando o pecado, suas consequências, suas estruturas, e anunciando o poder transformador de Deus em Cristo através da acção do Espírito Santo.
A Igreja, comunidade de Fé, proclama que o poder do Espírito Santo é fundamental para a vida da comunidade, tanto na busca da piedade pessoal, como no testemunho social (João 14:16-17). Precisamos, cada vez mais de buscar orientação do Espírito Santo, para respondermos aos imperativos e exigências do Evangelho e da sociedade em que vivemos. Cheios do poder do Espírito, transformamo-nos em meio de graça significativo e relevante às necessidades do mundo (João 16:7-11; Actos 1:8; 4:18-20). A experiência da graça, através do Espírito Santo, torna-se a força vital de propagação do crescimento numa vida mais  cristã.

A capacidade de trabalhar junto com outros para a realização de um propósito maior é essencial, quando pensamos no tamanho da tarefa que está diante de nós. O missionário católico deve integrar e participar de todas as iniciativas de evangelização, mas principalmente dos Conselhos Missionários 
da Igreja local e nas paróquias. 

 "Existem dois grandes perigos na evangelização", disse um observador perspicaz. "Um é mudar a 
mensagem; o outro é recusar mudar os métodos".

Como evangelizava Jesus? Evangelizava amando (Mar. 2:16), pois era, antes de tudo, um amigo e especialmente para os necessitados e pecadores. Evangelizava servindo (Mar. 1:34). Quando encontrava um doente, o curava; um homem faminto, o alimentava. E evangelizava também falando (Mar. 1:14), pois era Mestre e pregador por excelência.

     Como evangelizavam os discípulos de Jesus? Evangelizavam à maneira do seu Mestre. Davam testemunho através do amor fraternal (At. 2:44), do serviço compassivo (At. 3:6) e da fiel proclamação (At. 5:42).
Há pessoas famintas não só de pão, mas de Deus, e nós somos instrumentos seus para suprir tais necessidades. As pessoas não estão tão interessadas no que pensamos ou falamos até estarem sensibilizadas pelo que somos e como nos interessamos por nelas, elas querem ver Jesus Cristo em nós.


Nossa Missão é profética. Nós não só comunicamos Deus, mas também precisamos nos comunicar com Ele. Anunciar e denunciar. A comunicação é fundamental dentro da Igreja de Deus, porque é por ela que atingimos a sensibilidade do coração dos ouvintes. A comunicação do Evangelho comove, converte e transforma a mentalidade das pessoas. É claro que muito da comunicação reside na capacidade e no conhecimento, mas a vontade de transmitir a Palavra de Deus e comunicar o que é importante e útil é parte essencial do comunicador.

A determinação em continuar, apesar das dificuldades, a paciência e a perseverança são necessárias na Missão, que muitas vezes enfrenta obstáculos quase intransponíveis. Nossos missionários devem ter esta característica de continuar avançando, mesmo quando outros desistem
.






                                                      Nossa Senhora do Castelo em Mangualde 



domingo, 5 de junho de 2011

Humildade



A humildade está na base da fé, esperança e da caridade. Na lentidão e na paciência é que se vive a esperança. É próprio da alma humilde não se afligir por causa da lentidão com que tudo avança e tudo esperar do senhor que também Ele não tem pressa.
Deus é amigo do humilde, porque Deus é a verdade e ser humilde consiste caminhar na verdade. A humildade verdadeira nasce na contemplação a Cristo, tudo o que somos e tudo o que temos vem de Deus. A humildade é Dom de Deus, há que pedi-la e acolhe-la. Para viver o tudo há que passar pelo nada. A humildade de hoje é como obra de arte antiga que precisa de restauro. Não confundiremos o humilde com o parvo que se cala a tudo: vejamos o exemplo que Jesus nos deu quando morreu, por amor a nós foi humilhado, não o fez por fraqueza mas por liberdade, para cumprir a missão que o pai lhe confiou. Encontramos um Jesus, manso e humilde de coração. A humildade em Jesus é coluna vertebral da sua vida e missão. O homem humilde não tem medo e esquece-se de si e doa-se ao próximo. Deus ama-nos e estamos nas suas mãos. Paz intensa, imperturbável alma, mesmo que haja perturbações exteriores, são sinal de amor que Deus tem por quem nele confia. A humildade é a veste mais adequada para o encontro com Deus.